quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Nível do Rio Paraíba do Sul pode ultrapassar 11 metros em Campos


Defesa Civil do município prevê pior enchente dos últimos tempos

A Defesa Civil em Campos continua trabalhando em alerta e anunciou na manhã desta quarta-feira (03/01) o panorama dos trabalhos que vem sendo feito no município, e a expectativa frente ao volume de água que ainda deve chegar a Campos até o final do dia.

A Prefeita Rosinha Garotinho está acompanhando os trabalhos desde a madrugada e alertou a população para não resistirem em abandonar suas residências.



Em entrevista à TV Litoral, o comandante da Defesa Civil em Campos, Henrique Oliveira revelou que esta deve ser a pior enchente dos últimos tempos em Campos, e que o Rio Paraíba que sobe à velocidade de 5cm por segundo, devendo chegar antes do meio dia à marca dos 11 metros.

De acordo com o secretário, ao atingir essa marca, as águas começam a voltar pelos bueiros da parte central da cidade, nas proximidades do novo Fórum e a Ponte João Barcelos Martins deve ser interditada.

O comandante revelou ainda que caminhões com sacos de areia já estão à disposição para conter a água em alguns pontos e se o nível do Rio continuar subindo nesta proporção deve facilmente bater o recorde de 11,64m atingido na enchente de 2007.

Nível dos rios em Campos, segundo o Sistemas de Alerta de Cheias, do Inea


Palavra da prefeita 
A prefeita de Campos, Rosinha Garotinho esteve na manhã desta quarta-feira (04/01) na sede da Defesa Civil e está acompanhando desde a madrugada toda a situação da cheia dos rios Muriaé e Paraíba do Sul. Segundo ela, a resistência de algumas famílias em deixar suas casas tem sido um sério problema.

“Algumas famílias não querem deixar suas casas e estamos fazendo um apelo para que nos locais onde a Defesa Civil chegar e orientar a retirada, as famílias possam compreender essa necessidade. O trabalho está sendo feito de forma preventiva”, destacou.

Um caso durante a madrugada chamou mais a atenção. Um senhor na Ilha do Cunha não aceitou deixar sua casa, depois que todos os familiares foram realojados em um dos abrigos. Ele foi convencido depois de algumas horas e deixou a residência.

Com a chegada da água do Rio Muriaé, há um expectativa para que até às 12h, o nível do Paraíba do Sul, em Campos, chegue aos 11 metros. Um dos maiores problemas enfrentados é com a maré alta e com isso não está tendo vazão, o que pode mudar depois das 12h, quando a maré tem a tendência a começar a baixar. “A gente oferece o atendimento e o socorro, mas não podemos obrigar a pessoa a deixar sua casa. O problema, é que se a pessoa não sai neste primeiro momento, depois pode se complicar a situação e a Defesa Civil ter mais dificuldade de chegar e até mesmo não mais conseguir retirá-la”, ressaltou Rosinha.

“Ainda tem muita água para descer do Rio Muriaé e isso é o que nos preocupa. Tem alguma coisa também do Rio Pomba, mas pouco. A nossa sorte é que não teve volume na cabeceira do Rio Paraíba e água vindo de São Paulo, pois caso contrario, hoje estaríamos com a cidade com muitos pontos de alagamento”, alertou Rosinha Garotinho.

Na manhã desta quarta-feira famílias começaram a ser retiradas da comunidade Matadouro.

Famílias recebendo atendimento
A prefeita lembrou que a situação, em 2009, logo que assumiu a Prefeitura era bem mais crítica. “Quando assumimos em 2009, encontrei 22 mil pessoas desabrigadas e, hoje, apesar do nível do rio ter subido rapidamente, existem 31 famílias fora de suas casas, mas todas acomodadas nos dois abrigos que montamos na Escola Estadual José do Patrocínio e no Ciep do Parque Esplanada, bem perto da Ilha do Cunha, onde moram”.

“Verifiquei com os secretários que todos já receberam assistência médica e social. Em 2010, a esta altura, todas as escolas de Guarus já estariam lotadas servindo como abrigo, por isso, considero o saldo positivo, agora, em 2012. Devo ressaltar que o resultado com o Morar Feliz já é positivo, mas outras casas estão sendo construídas”, frisa a prefeita.

O secretário de Defesa Civil, Henrique Oliveira, lembra que 60 famílias moram na Ilha do Cunha, sendo que 31 delas, que moram em casas baixas já fora removidas. “As 29 famílias que continuam no local, e resistem em sair, não correm risco porque todos moram em casas de dois pavimentos e estão alojadas no pavimento superior”.

“Se não fossem as remoções em novembro e dezembro para as casas do Morar Feliz e as obras de drenagem no Jardim Carioca, Parques Vicente Dias e Rio Branco, além do Bairro Legal de Brilhante, em Ururaí, muito mais famílias estariam sofrendo com os alagamentos”, disse o secretário.

Fonte: Ururau

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